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terça-feira, 25 de novembro de 2008

O país da truculência

Hoje à tarde fui com minha namorada ao Banco Itaú de Mesquita/RJ, pagar o IPVA atrasado do carro que compramos. Banco cheio, como de costume, entramos na fila para pagamento na boca do caixa. Por incrível que pareça todos os "caixas" estavam funcionando, fato raro em nossos milionários bancos nacionais. A fila caminhava com uma relativa velocidade quando vimos e ouvimos um senhor na fila destinada para pessoas idosas bradar que não agüentava mais voltar ao banco e que queria que a atendente resolvesse algum provável problema com seu cartão.

O senhor estava visivelmente transtornado, gritava, falava que não iria esperar mais nada e que o problema teria que ser resolvido naquele exato momento. Sabemos quanto um banco pode tirar uma pessoa do sério, e ele realmente estava muito nervoso. Batia com as mão no vidro da atendente. Mas era um senhor. Um idoso.

Foi quando o segurança, de uma empresa terceirizada contratada pelo banco, foi intervir com o tal senhor dizendo que ele poderia até gritar, mas não poderia bater com as mãos no vidro. Até aí tudo bem. O senhor, então, ficou mais nervoso. Foi quando todos da fila, eu e minha namorada também, observamos que logo após à interpelação inicial, o segurança (?) meteu a mão no coldre de seu revólver e o retirou. Ele só não sacou efetivamente a arma e apontou para aquele senhor porque todos da fila gritaram e interviram contra seu ato, inclusive eu.

Pois bem... essa pessoa tem como registro e nome de profissão o termo "segurança". O que faz uma pessoa que tem posse de arma de fogo (quase) sacar sua arma para tentar acalmar um senhor nervoso, um idoso? Isso quer dizer que qualquer pessoa que fique nervosa ou que tente bater no vidro de um banco poderá ter uma arma apontada para sua cabeça? Não importando idade ou sexo? Esse tipo de profissional é chamado de "segurança". Porém ele não assegura a vida de ninguém dentro deste estabelecimento. Ele na verdade assegura a "vida" do dinheiro e do patrimônio do banco, ou de qualquer outra empresa que o contrate. Vidas? Pessoas? Existem muitas no mundo! Uma a mais, uma a menos... Isso não dá muito lucro, ainda mais a vida de um idoso, logo logo ele não mais poderá ser correntista do Banco Itaú, ou do Bradesco, do Real, do Banco do Brasil...

Enfim, o tal "segurança" foi afastado do epicentro e o assunto correu pela fila, que ainda permanecia para ser atendida. Foi quando um outro senhor que estava na fila, se proclamando policial (?), disse que o segurança estava certo, que ele estava protegendo sua... arma ?!?!?! Ora... um policial estava dentro do banco, na fila, e acha normal que em uma discussão banal de um senhor dentro de uma agência bancária uma arma seja sacada por um segurança? Sim, no Brasil sim. Provavelmente o homem da fila é um... policial militar. Ele portava uma pochete (argh) preta em seu colo. Vocês querem adivinhar o que tinha dentro deste lindo acessório? E com a mesma truculência com que o tal segurança quase "resolveu" a situação o tal policial também terminou a discussão com as pessoas na fila:

- É melhor parar o papo por aqui mesmo! Vai ser bom pra todo mundo!

Quando eu respondi:

- Sim, senhor policial, eu sou apenas um professor e não posso discutir com uma autoridade...


O acontecimento narrado acima ocorreu por volta de 16h do dia 25/11/2008, no

Banco Itaú -
Agência 6849 - Rua Emílio Guadagny, 1830 LJ.
Centro - 26553-161.
Mesquita-RJ.
Telefone: (21)3763-7480.
Fax: (21)3763-7484.

PEDIDO: Por favor, se estiverem nervosos ou com contas atrasadas, não freqüentem o Banco Itaú de Mesquita. Vocês podem ter uma arma apontada para suas cabeças.

Observação: Às vezes tenho muita vergonha de ser brasileiro.


Banco Itaú - Feito Para Você

morrer


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O autor

Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.

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