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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

o arrepio da libido


luxúria



Seus seios eram incrivelmente rijos. Protuberancias em formas perfeitas, rascunhadas em mãos leonardianas. Estava deitada e aqueles seios apontados para mim, os bicos rosados, um caimento que provavam que não eram pequenos, mas que se mantinham dignos, apesar do volume. O corpo era esguio, não muito alto, talvez um metro e setenta... não, um metro e setenta e um. Cabelos castanhos claros, naturais, sem tinta, olhos verdes. Sei que são verdes, mesmo que fechados. Cintura fina, forte, com coxas grossas, pernas bem torneadas. Seu sexo era pequeno, desenhado com um pequeno feixo de pelos aloirados, uma tirinha. Um pecado inevitável aos homens, e, a algumas mulheres também, tenho irrefutável certeza.

A pele alva demonstrava a preocupação com os perigos do Sol. Não era de ir muito à praia, dava para ver. Os ombros não muito largos continham braços finos e estes carregavam mãos de-li-ca-da-men-te bem cuidadas. Unhas impecáveis. O rosto continha um desenho clássico das européias, porém o conteúdo era um misto de etnias. Lábios em carne excessivamente vermelha, apetitosa. O nariz, que não era nem pontiagudo, nem muito redondo, tinha a medida perfeita. Sombrancelhas naturalmente desenhadas, sem muitos retoques. Pés pequenos, também não deixados de lado pelo seu zelo. Eram pequenos e suaves, perfilavam harmoniosamente todos os dez dedos, cinco e cinco.

Não havia como não se apaixonar por aquela mulher, por aquele corpo. Estava ali, de frente ao meu, esperando meu peso repousar junto ao seu. Senti meu suor congelar ao chegar mais perto dela. Não sabia mais o que fazer ou pensar. Possuiria aquela mulher naquele momento, naquele exato momento, mesmo sabendo que era um erro, sabendo que não devia, não, não. Não podia trair meu companheiro, minha honra, minha respeitabilidade conquistada junto à sociedade, junto à minha família. Porém aquela mulher me hipnotizava, me atraia como um imã. Seus olhos cerrados pareciam me convidar ao banquete do prazer, da inconsciência carnal e quando abro o zíper de minha calça e voo faminto àquela vagina a repousar meu p...

- Achei o outro bisturí! Vamos logo que a família está lá fora esperando o resultado da autópsia.


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3 comentários:

jorge baiano disse...

ótimo! creio q esse conto ñ perde em nda em qualidade aos contos "luxuriosos" d autores cmo Dalton Trevisan e Rubem Fonseca.ñ farei + nenhuma análise academicamente literária,desnecessária,apenas tirarei do mínimo e único vocábulo o multiplo,direi mais uma vez: ótimo

Tathiana Treuffar disse...

Oi Vinicius!
Adorei esse pecado! Muito bom de ser compartilhado... Gostei muito como você vai descrevendo a mulher, os detalhes, "rascunhadas em mãos leonardianas" - excelente!
E o final é genial! Me lembrou um filme do Almodóvar...
beijos,
Tathi.

Salvador disse...

Fazia algum tempo que não lia algo tão bem escrito e original, imagino quanto tempo re-escreveu e se divertiu ao concluir este conto tão bacaninha!

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O autor

Vinícius Silva é poeta, escritor e professor, não necessariamente nesta mesma ordem. Doutor em planejamento urbano pelo IPPUR/UFRJ, cientista social e mestre em sociologia e antropologia formado também pela UFRJ. Foi professor da UFJF, da FAEDUC (Faculdade de Duque de Caxias), da Rede Estadual do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) e atualmente é professor efetivo em sociologia do Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Criou e administra o Blog PALAVRAS SOBRE QUALQUER COISA desde 2007, e em 2011 lançou o livro de mesmo nome pela Editora Multifoco. Possui o espaço literário "Palavras, Películas e Cidades" na plataforma Obvious Lounge. Já trabalhou em projetos de garantia de direitos humanos em ONG's como ISER, Instituto Promundo e Projeto Legal. Nascido em Nova Iguaçu, criado em Mesquita, morador de Belford Roxo. Lançou em 2015, pela Editora Kazuá, seu segundo livro de poesias: (in)contidos. Defensor e crítico do território conhecido como Baixada Fluminense.

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